Entre Primaveras,

encontro-me só, com lápis e papel na mão.

Conhece-me bem?


Cadê a originalidade que era tão importante antigamente?

Hoje em dia, ser uma boa pessoa

é ser igual aos outros.

Ser moldado como um boneco

e ser manipulado como um brinquedo

se tornou algo tão natural...

Não sei bem ao certo o quanto fui moldada

e o quanto me criei.

Não sei o quanto me enquadro no padrão

e o quanto me tornei exceção.

Não me lembro de quantas vezes pessoas sofreram por serem diferentes

e, no fundo, serem, na verdade, especiais, únicas...

Quem muda o mundo é quem age diferente,

quem não está dentro da lista das pessoas iguais.

O que importa receber uma crítica

porque estamos num meio diferente de nós?

Eu sou diferente, continuarei sendo...

E me encanta o que não é igual ao resto.

É o que chama a atenção.

A pessoa que você repara na multidão...

sempre será a diferente dos outros.

Talvez eu aceite colocar uma máscara.

Uma máscara machucada,

rasgada,

quebrada,

destruída

e, mesmo assim, real.

Será minha essência

desenhada em um papel

e posta no meu rosto

para enxergarem,

antes de minha imagem,

o meu coração.