Sinto um cheiro agradável, acompanhando a brisa que decidiu chegar para substituir o calor abafado que estava impregnando aqui até então. Um perfume gostoso, que me faz cócegas, começo a rir. Meus cabelos balançam e me sinto um tanto louca e um tanto confortável com a nova imagem que vejo de mim. Uma luz branca parece vir junto comigo. Pois então, não há de ser sombra. Olho mais uma vez para trás e paro de rir. Dou um sorriso. Preocupar-me com o quê? É presença conhecida (mesmo difícil de lembrar no momento), não há razões para ter medo ou para ficar preocupada com isso. Penso: Acompanhe-me então, companhia inefável.
Continuo caminhando e, de repente, uma chuva forte começa a cair. Sinto o frio aprazível apossando-se de minha pele. Olho para o outro lado da calçada, avisto um parque, sozinho, escuro, cinza. Do nada, vejo uma flor roxa. Mas que flor é essa? Não sei, mas a vejo linda, incomparável. Inacreditável.
Olho para os lados novamente. Não há ninguém. Quem pôs essa flor no meio do meu caminho? Como é linda! Fico perto dela, olhando-a, apreciando aquela beleza irreal. Do nada, escuto uma voz, que parece vir daquela flor (ou talvez venha da voz de um inconsciente meu desenvolvido):
-Oh, querida, mas que belo anjo que vejo a te acompanhar. Com uma mão em seu ombro, ele faz chover lágrimas de alegria ao beijar-lhe a testa e ainda lhe sussurra uma brisa tão perfumada, como se representando o amor em flor que sente por ti. Abençoada seja.
Ora, pois bem, então és tu minha companhia agradável, és por ti que me vejo a sorrir. Fico feliz, gosto de te ter por perto. Continue por aqui, fazes-me bem, inefável.
2 comentários:
intensamente profundo! Tanto quanto a autora!
Carol repete sentada no banco da praça:
É infefável viu? É inefável...
Nunca vou esquecer ^^
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